pega-pega

Qual é a origem da brincadeira de pega-pega? Descubra Aqui!

Sabe aquele momento da infância, no recreio da escola, em que a gente saía correndo feito doido, fugindo ou tentando encostar no colega? Sim, estou falando do famoso pega-pega, uma das brincadeiras mais clássicas e queridas do mundo todo. Mas… você já parou pra pensar qual é a origem do pega-pega? De onde surgiu essa tradição que atravessa gerações, culturas e fronteiras sem perder a graça?

Pois eu confesso que essa dúvida me pegou de surpresa um dia desses. Comecei a pesquisar e, olha… a história é bem mais antiga — e até mais profunda — do que eu imaginava.

O pega-pega nasceu onde, afinal?

A resposta pode te surpreender: o pega-pega tem origem na Antiguidade! Isso mesmo. Registros históricos apontam que jogos de perseguição já eram praticados desde os tempos dos gregos e romanos. Eles faziam parte de rituais, treinamentos físicos e até cerimônias sociais.

Os gregos, por exemplo, tinham uma brincadeira chamada “apodidraskinda”, onde um grupo se escondia e outro tentava encontrá-los e capturá-los. Embora pareça mais próximo de um esconde-esconde, a essência da perseguição já estava lá.

Já entre os romanos, existiam práticas recreativas em que uma pessoa corria atrás das outras para tocá-las, simbolizando um tipo de “captura”. Isso era usado tanto como exercício quanto como forma de entretenimento em festas e celebrações comunitárias.

Ou seja, o que hoje a gente chama carinhosamente de pega-pega, já fazia parte da vida de povos de milhares de anos atrás.

Como o pega-pega se espalhou pelo mundo?

A globalização dessa brincadeira não veio com a internet, não. Veio com a própria migração de povos, com as colonizações e trocas culturais que aconteceram ao longo dos séculos.

Na Idade Média, versões do pega-pega eram comuns nas praças e vilarejos europeus. Crianças e até adultos se envolviam em jogos que misturavam perseguição, agilidade e muita risada. No Japão, existe até hoje o “Onigokko”, que nada mais é do que um pega-pega à moda japonesa, com algumas variações nas regras e nos nomes dos papéis.

Na África, nas Américas, em tribos indígenas, em vilarejos asiáticos… não há praticamente uma cultura que não tenha desenvolvido sua própria versão de um jogo de perseguição. Isso só reforça uma coisa: o impulso humano pela brincadeira e pela interação social é universal.

E no Brasil, como o pega-pega se tornou tradição?

Aqui no Brasil, o pega-pega chegou com os colonizadores europeus, se misturou com as brincadeiras dos povos indígenas e africanos, e logo ganhou o jeitinho brasileiro de ser.

Aliás, dependendo da região, o nome muda: tem lugar que chama de “pega”, outros de “pega-pega”, alguns falam “corre-cutia” (embora essa tenha regras um pouco diferentes). E não para por aí — existem várias versões, como o pega-congelou, o pega-corrente, o pega-ajuda, cada um colocando uma camada extra de estratégia ou diversão.

O mais interessante é perceber que, independentemente do nome ou das regras específicas, o pega-pega sempre teve o mesmo papel: aproximar as pessoas, estimular o movimento e fortalecer os laços sociais.

O que torna o pega-pega tão eterno?

Aí vem a reflexão que eu adoro fazer: por que será que, mesmo com tanta tecnologia, celulares, videogames e redes sociais, o pega-pega nunca saiu de moda?

A resposta parece simples, mas é poderosa: porque ele ativa aquilo que temos de mais genuíno — o desejo de brincar, se conectar e se movimentar. É uma brincadeira que não precisa de objetos, de equipamentos caros, nem de espaços muito elaborados. Só precisa de gente disposta a correr, rir e se divertir.

Além disso, o pega-pega é, sem dúvida, um dos primeiros contatos que as crianças têm com noções de espaço, velocidade, estratégia e até empatia. Afinal, quem nunca aliviou na hora de pegar aquele amigo mais devagar? Ou então quem nunca bolou a fuga perfeita, desviando por onde ninguém esperava?

Dá pra dizer que o pega-pega é mais do que uma brincadeira?

Com certeza, sim! E aqui eu te provoco: já parou pra pensar que o pega-pega é, na verdade, uma representação simbólica de muitas coisas da vida? A eterna dança entre perseguir e ser perseguido. Entre escapar e enfrentar.

Psicólogos e pedagogos defendem, inclusive, que jogos de perseguição são fundamentais no desenvolvimento das crianças. Eles ajudam no controle motor, na percepção do outro, no desenvolvimento da empatia, no entendimento de regras e, claro, no fortalecimento do espírito coletivo.

E cá entre nós, até quem já passou dos 30 (ou dos 50!) se pega, às vezes, olhando uma criançada brincando e sentindo aquela vontadezinha de entrar no jogo, não é? Porque no fundo, o pega-pega é uma herança da nossa humanidade.

Bora resgatar essa tradição?

Agora que você sabe toda a história por trás do pega-pega, me responde: quando foi a última vez que você correu só por correr? Só pela diversão? Talvez esteja na hora de chamar uns amigos, filhos, sobrinhos, vizinhos… e reviver um dos maiores clássicos da infância.

Afinal, se essa brincadeira sobreviveu há milênios, é porque ela tem algo de mágico. E magia, meu amigo, a gente nunca deve deixar pra depois.

Existem variações do pega-pega em outros países?

Você nem imagina como sim! E cada variação traz um pouco da cultura, dos costumes e até dos valores de cada povo. É incrível perceber como a essência do pega-pega atravessa fronteiras, mas ganha roupagens diferentes pelo mundo.

Na Alemanha, por exemplo, existe o “Fangen”, praticamente idêntico ao nosso pega-pega tradicional. Na França, a brincadeira se chama “jeu de chat” (jogo do gato), onde o “gato” precisa correr atrás dos outros para tocá-los. Na Inglaterra, as crianças chamam de “tag”, e pasme… é tão popular por lá que já virou até tema de filmes e reality shows!

E não para por aí. Na Coreia, existe o “Jultagi”, que mistura perseguição com elementos de equilíbrio e até acrobacias. No Quênia, há uma versão chamada “Kati”, muito comum nas escolas, que combina corrida com arremesso de bola, acrescentando uma camada a mais de desafio.

Ou seja, onde quer que exista uma comunidade, você pode apostar que vai existir também alguma versão do pega-pega rolando por aí.

O pega-pega é só pra criança?

Aí é que tá… quem disse? É claro que ele é uma brincadeira mais associada à infância, mas se engana quem acha que o pega-pega fica restrito aos pequenos.

Hoje em dia, existem até versões adultas, profissionalizadas e extremamente populares. Um exemplo é o “World Chase Tag”, uma competição internacional que mistura pega-pega com parkour. Sim, você leu certo! Atletas do mundo todo se enfrentam em arenas cheias de obstáculos, numa disputa que exige agilidade, estratégia e preparo físico de alto nível.

Sem falar nos eventos recreativos, nas dinâmicas de empresas e nos treinamentos de equipes que usam jogos de perseguição como ferramentas para fortalecer o trabalho em grupo, estimular a criatividade e até aliviar o estresse.

E cá entre nós, quem nunca participou de uma dinâmica no trabalho que era, na real, um pega-pega disfarçado? Dá até pra rir só de lembrar!

E na era digital, o pega-pega sobrevive?

Óbvio que sim! E, pasme, ele até se reinventou. Se no mundo físico a gente corre pra não ser pego, no mundo digital surgiram milhares de versões desse conceito. Jogos como Among Us, por exemplo, são basicamente um pega-pega disfarçado de investigação espacial. Você corre, se esconde, tenta não ser “pegado” pelo impostor.

Outros exemplos estão em games como Freeze Tag, muito popular em plataformas como Roblox, ou até nos modos de esconde-esconde presentes em vários jogos online.

A lógica permanece a mesma: quem foge, quem persegue, quem captura, quem escapa. Só que agora isso também acontece no universo digital, conectando pessoas do mundo inteiro, de todas as idades.

O pega-pega vai acabar algum dia?

Sinceramente? Eu aposto que não. E te explico por quê: existem coisas que são tão enraizadas na nossa natureza, tão universais, que simplesmente não somem. Elas se transformam, se adaptam, mudam de nome, de formato… mas continuam vivas.

O pega-pega é uma dessas heranças culturais que carregamos no DNA da humanidade. Enquanto houver crianças, enquanto houver vontade de brincar, enquanto existir aquele impulso natural de correr, rir e estar junto… o pega-pega vai sobreviver.

E olha, se você leu até aqui, eu te lanço um desafio: que tal largar um pouco o celular, olhar pra quem tá perto de você — seja filho, irmão, amigo, sobrinho, vizinho — e propor um pega-pega? Simples, rápido, barato e absolutamente divertido.

Porque no fim das contas, a gente nunca é velho demais pra correr só por correr… e, quem sabe, até ser pego! 😉